Caixa e ao menos oito instituições financeiras ainda têm verba do programa. Recursos já se esgotaram no Banco do Brasil, Bradesco e Santander.

A maioria das grandes instituições financeiras já atingiu seu limite de crédito liberado na segunda fase do Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), anunciada em 31 de agosto.

De acordo com levantamento do G1, dos 18 bancos habilitados, apenas nove ainda têm limite para conceder financiamento. Três bancos não responderam ao questionamento.

O programa é destinado para microempresas (com faturamento de até R$ 360 mil no ano) e empresas de pequeno porte (faturamento até R$ 4,8 milhões no ano), além de abranger profissionais liberais.

Nesta nova rodada, o governo liberou R$ 12 bilhões para instituições financeiras regionais. Na primeira fase do programa, em maio, foram destinados R$ 18,7 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, não há informações sobre uma nova liberação.

Até junho, apenas 16% das pequenas empresas que buscaram crédito na pandemia conseguiram, apontou pesquisa da FGV e do Sebrae que ouviu mais de 7 mil micro e pequenos empresários em todos o Brasil no fim de maio e começo daquele mês. De 6,7 milhões de empreendedores de pequeno porte que tentaram crédito desde o início das medidas de isolamento, 84% disseram que ainda não tinham conseguido.

Ao todo, 518 mil micro e pequenas empresas brasileiras, 3% do total, fecharam as portas de vez durante a crise, segundo o Sebrae.

Onde ainda há crédito

Entre os grandes bancos, a Caixa Econômica Federal, que tem um dos maiores limites do programa, é o único ainda que possui crédito disponível. No último dia 3, o Ministério da Economia aumentou o limite do banco para contratação pelo programa em mais R$ 2,55 bilhões. Dentro desse novo limite, a Caixa direcionou R$ 50 milhões para beneficiar cerca de três mil microempresas. (Veja ao fim da reportagem a lista com o limite de todos os bancos habilitados).

Também dizem possuir crédito Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, BDMG, Sicredi, Banestes e Banrisul. Os clientes interessados devem procurar as instituições pelos sites ou nas agências físicas.

A Desenvolve MT está aguardando a habilitação do Banco do Brasil para começar a operacionalizar o Pronampe. O Banco Topázio está concluindo a etapa técnica para oferecer o crédito ainda em setembro.

O Itaú não atingiu seu limite de crédito, mas informa que está atuando apenas com alguns dos clientes que não tiveram acesso na primeira fase do Pronampe.

Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Bancoob e Badesul Desenvolvimento já esgotaram seus limites de crédito.

O G1 não teve retorno da Agência de Fomento de Goiás, da Cooperativa Central de Créditos Ailos e da Unicred até a publicação dessa reportagem.

Os recursos oferecidos têm taxa de juros máxima igual à Selic (taxa básica de juros) mais 1,25% ao ano, prazo de pagamento de 36 meses e carência de oito meses. Nesta nova etapa, foi estabelecido um teto de R$ 100 mil por operação contratada. De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo desse limite é que mais empresas tenham acesso ao crédito.

Alternativas

“O valor oferecido nas duas fases do Pronampe corresponde, aproximadamente, a dois meses da demanda de crédito, mas estamos vivendo essa pandemia já há seis meses. Micro e pequenas empresas sempre tiveram dificuldade de acesso ao crédito. Isso só piorou com a crise”, explica Lauro Gonzalez, professor e coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV, no podcast O Assunto desta sexta (11).

Os empresários que não conseguiram empréstimo pelo Pronampe podem tentar outras medidas emergenciais que estão sendo usadas durante a crise.

O BNDES oferece crédito por meio de três programas. O Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC) tem o objetivo de apoiar as pequenas e médias empresas e já superou R$ 40 bilhões.

O Programa Emergencial de Suporte a Empregos é uma linha de crédito para empresas pagarem os salários de funcionários durante a pandemia da Covid-19. E, por fim, o Crédito Pequenas Empresas, uma expansão da oferta de capital de giro que vai até o dia 30 deste mês.

Balanço do Pronampe

O Pronampe foi criado no dia 18 de maio para ajudar os empreendedores a lidar com os impactos da crise causada pela pandemia do coronavírus. Ele pode ser utilizado para investimentos e para capital de giro.

Segundo o Ministério da Economia, na primeira etapa foram realizadas mais de 218 mil operações de crédito, somando R$ 18,7 bilhões. Já na segunda fase, até a última sexta-feira (4), mais de 130 mil operações já haviam sido realizadas, somando R$ 6,8 bilhões.

Confira o limite de crédito de cada banco na segunda fase do Pronampe:

  • Caixa Econômica Federal: R$ 2.554.000.000
  • Banco do Brasil: R$ 2.554.000.000
  • Itaú: R$ 2.502.000.000
  • Bradesco: R$ 1.385.000.000
  • Santander: R$ 1.385.000.000
  • Bancoob: R$ 997.000.000
  • Sicredi: R$ 946.000.000
  • Banrisul: R$ 730.000.000
  • Banco da Amazônia: R$ 282.000.000
  • Banco do Nordeste: R$ 268.000.000
  • BDMG: R$ 203.000.000
  • Banestes: R$ 121.000.000
  • Cooperativa Central de Créditos Ailos: R$ 105.000.000
  • Badesul Desenvolvimento: R$ 38.000.000
  • Agência de Fomento de Goiás: R$ 22.000.000
  • Unicred: R$ 20.000.000
  • Banco Topázio: R$ 4.000.000
  • Desenvolve MT: R$ 2.000.000

Fonte: G1

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