Durante a pandemia de Covid-19, aumentou muito o número de brasileiros que usam aplicativos de entrega para pedir comida. Imagina você fazer um pedido, achar que está pagando uma taxa de entrega de menos de R$ 4 e depois descobrir que mais de R$ 2,5 mil foram debitados da sua conta?
Tatiana foi vítima do golpe da maquininha quebrada. Ela fez um pedido por um aplicativo de entregas. Não muito tempo depois, recebeu uma mensagem do entregador no próprio aplicativo. Ele dizia que tinha sofrido um acidente, voltado ao restaurante e que estavam pedindo o telefone dela para resolver o problema com a entrega. Uma tentativa de comunicação fora do aplicativo? Nesse momento talvez já fosse o caso de se perguntar: é golpe? A Tatiana desconfiou, mas, na pressa, acabou passando o número do celular.
Segundo Tatiana, uma moça ligou para ela dizendo que era gerente da loja e que o entregador iria até a casa dela entregar a sobremesa e cobrar uma taxa de R$ 3,90. E realmente apareceu um entregador.
“Chegou, me entregou o pedido, era exatamente o pedido que eu fiz. Me entregou o pedido e pediu para eu passar os R$ 3,90 na maquininha. Era aquela maquininha que passa junto com o celular. O visor da maquininha estava branco, e um valor de R$ 3,90 no celular. Passei, digitei a minha senha, passou, normal. Vida normal, peguei, subi, só que nesse momento chegou no meu celular um aviso de que tinha entrado no cheque especial”, conta Tatiana.
Em vez da suposta taxa de R$ 3,90, Tatiana pagou R$ 2,5 mil. De acordo com o Procon, somente em 2021 aumentou em quase 160% o número de golpes. O total de prejuízos chega perto de R$ 700 mil.
“Geralmente esses golpes são aplicados por uma pessoa que se diz entregador. Mas ela não é um entregador. O entregador está preocupado em gerar renda para a sua família, principalmente num período de pandemia”, diz Victor Magnani, presidente da Associação Brasileira de Online to Offline.
Ficar atento a alguns sinais de alerta já diminui — e muito — a chance de acabar no prejuízo. O primeiro indício de golpe é o entregador mandar mensagem dizendo que teve um contratempo (em geral, um acidente) e que o restaurante vai precisar do número de telefone do cliente para resolver a questão da entrega.
“Toda a comunicação deve se concentrar nos canais existentes dentro da plataforma para a gente conseguir de fato rastrear todo o ambiente de contato. Se alguém entrar em contato contigo falando que é um entregador, um restaurante, e pedir as suas informações pessoais, não as entregue”, explica Victor Magnani.
O segundo sinal de alerta é a cobrança de uma taxa extra: “Toda vez que há uma comunicação sobre um valor extra que não está identificado dentro da plataforma, com certeza você está diante de um golpe”, afirma Magnani.
Fonte: G1